Adote,
mas não leve
por
Roberto de Oliveira
Chiquinha
grita e se agita ao perceber a aproximação humana.
Até se dar conta de que é gente "do bem",
a macaca-prego fica histérica. Tal agitação
e insegurança têm suas razões. Há
oito anos, ela vivia acorrentada em uma oficina mecânica
na periferia de São Paulo, onde sofria, entre outros
maus-tratos, violência sexual. Tanto tempo depois, Chiquinha
ainda guarda traumas. Não é a única. Cerca
de 300 animais, todos vítimas de mutilação,
abandono e tráfico vivem situação semelhante
na Associação Santuário Ecológico
Rancho dos Gnomos, em Cotia (Grande São Paulo).
Uma das vedetes do espaço ecológico, a veada-catingueira
Bambina, de sete anos, por exemplo, foi encontrada recém-nascida,
num saco de lixo. Três corujas não podem voar porque
perderam uma das asas em disputa de tiro ao alvo e hoje não
sobreviveriam na natureza. Três leões chegaram
de um circo subnutridos, doentes e -os dois filhotes- banguelas.
O santuário abriga aves, um tigre-de-bengala, macacos,
cavalos, vaca, cabras, 75 gatos e 72 cães, numa área
de 35 mil m2. Os animais silvestres foram capturados pelas polícias
Civil e Ambiental e pelo Ibama. Os domésticos, recolhidos
pelos donos do santuário.
Alimentação
não é problema. Redes como Carrefour e Pão
de Açúcar ajudam a engrossar as 2,5 toneladas
de ração consumidas mensalmente fornecendo carne,
fruta e legumes. A dificuldade é o alojamento. Seria
necessário construir abrigos para os animais silvestres,
adaptando o habitat natural, e canis para os domésticos.
Hoje, os filhotes de leões estão abrigados provisoriamente
em apertados caminhões-jaulas, enquanto aguardam um espaço
adequado. A Secretaria de Educação, Esporte e
Turismo de Cotia criou um projeto para transformar o santuário
em uma área permanente de educação ambiental,
mas falta dinheiro para a reforma.
Sem
recursos, os fundadores do rancho, o casal Silvia, 40, e Marcos
Pompeu, 36, que já arcam com os custos da infra-estrutura,
estão lançando uma campanha do tipo "pague,
mas não leve". Qualquer pessoa pode "adotar"
um animal, doando ração, alimentos, remédios
e dinheiro para a construção dos abrigos. Os principais
colaboradores terão seus nomes numa placa, ao lado dos
recintos dos
bichos, que continuarão no santuário. Se a campanha
for bem-sucedida, o santuário poderá voltar a
receber animais, como elefantes, ursos e girafas que estão
na lista de espera, e ser aberto para visitas monitoradas de
educação ambiental. "Só assim, poderemos
reverter um pouco a violência contra os animais",
diz Silvia.
Como
Ajudar
Santuário Rancho dos Gnomos (www.ranchodosgnomos.org.br),
tel. 4616-2703. Doação: qualquer quantia em dinheiro
ou entrega de ração, alimentos e remédios
CRUELDADE
CONTRA ANIMAIS É UMA DAS FONTES PRIMORDIAIS DA VIOLÊNCIA
Editorial do Jornal O Povo, Ceará,
04.07.02
A
crueldade para com os animais pode ser um tema digno de atenção
numa sociedade que trata seres humanos como bichos? A pergunta
tem razão de ser, no momento em que chega ao público
cearense o livro A Voz dos Sem Voz - Direitos dos Animais, da
presidente da seção cearense da União Internacional
Protetora dos Animais (Uipa), Geuza Leitão - uma contribuição
importante à humanização da sociedade cearense
e brasileira. A resposta, talvez, nos ajude a compreender um
dos elementos engendradores de um problema notadamente desconfortante
da realidade nacional: a violência generalizada, inclusive
a oficial (traduzida na persistência da tortura no aparelho
policial).
De
um ponto de vista mais amplo, só mais recentemente, no
dia 27 de janeiro de 1972, foi proclamada a Declaração
Universal dos Direitos dos Animais, em Assembléia da
Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
em Bruxelas, na Bélgica, sendo o Brasil um dos seus signatários.
Contudo, já existia uma legislação brasileira
de proteção aos animais, desde o início
do século. Com base nela, aliás, foi que o advogado
católico Sobral Pinto pediu a melhoria das condições
de carceragem do dirigente comunista Luís Carlos Prestes,
durante o Estado Novo, requerendo que fossem aplicados a ele
os benefícios da lei de proteção aos animais,
tais as condições de precariedade de seu confinamento
- não aceitáveis nem sequer para seres irracionais.
Essa distorção do sistema penal brasileiro, aliás,
persiste, para escândalo da opinião pública
internacional (estão aí as cadeias superlotadas),
como persistente também é a tortura, não
mais contra presos políticos, mas, contra presos comuns
- aliás, esta sempre encontrou respaldo em segmentos
variados da sociedade brasileira.
Ora,
não é estranho dizer que esse desvirtuamento,
além de causas econômicas, sociais e políticas
indiscutíveis, tem também raízes comportamentais
profundas, que se traduzem na falta primordial de respeito aos
outros seres vivos, sobretudo, aos animais. Sempre houve tolerância,
culturalmente enraizada, em relação à crueldade
praticada por crianças contra os bichos, no Brasil. A
tortura de sapos, lagartixas, gatos é uma prática
persistente, sobretudo em segmentos populacionais do campo,
mas não só. Essa distorção, acompanhada,
inevitavelmente, do embotamento progressivo da sensibilidade
humana, estendia-se à atividade da caça, feita
nem sempre para atender à necessidade premente de alimentação.
Prosseguia com o abate caseiro de animais para consumo: a degola
de galinhas, patos e perus, cuja agonia e estertores eram acompanhados,
passo a passo, por inocentes olhos infantis, assim como o sangramento
e esfolamento de carneiros, bodes, porcos - todos através
de métodos cruéis, com intenso sofrimento para
as vítimas. A insensibilização dos sentimentos
em relação aos bichos era reforçada pelo
trato desalmado dado aos animais de carga:cavalos, burros e
jumentos.
Tudo
isso, certamente, cria a base psicológica, para se aceitar
com naturalidade o sofrimento infligido aos próprios
seres humanos, numa sociedade dilacerada pela desigualdade,
pela injustiça social e seus subprodutos: o banditismo
e a violência policial.
Mudar
a relação da sociedade para com os animais significa
criar uma das bases indispensáveis para uma cultura não-violenta,
facilitando a compreensão de que a crueldade para com
os bichos cria as condições psicológicas
para se aceitar a violência contra um ser humano (seja
por ações físicas diretas, seja por opressão
estrutural, resultante de uma sociedade socialmente injusta,
seja por quaisquer outros meios).
Assim,
é lógico deduzir que, melhorando a relação
da sociedade com os animais, dando um tratamento melhor a estes,
contribui-se para a criação de condições
psicológicas mais favoráveis ao desenvolvimento
de um ser humano mais completo e de uma sociedade mentalmente
mais sadia. Essa mudança começa pela compreensão
de que os animais são dotados de sensibilidade: sentem
dores físicas, angústia e medo. Não é
possível continuar a tratá-los como objetos insensíveis.
O
poder público pode tomar medidas práticas como:
garantir que os animais não sejam sacrificados sem anestesia,
proporcionando-lhes uma morte sem dor, nem angústia;
criar um serviço de atendimento a animais atropelados
(pelo menos nas cercanias das cidades) para que não fiquem
agonizantes à beira das pistas, mas tenham seus sofrimentos
aliviados por uma morte misericordiosa; criar um serviço
de esterilização de cães e gatos para evitar
a proliferação descontrolada de animais abandonados
e sujeitos ao sofrimento; abolir o confinamento impróprio
em zoológicos e circos, assim como o treinamento cruel
dos animais para o espetáculo circense. Uma sociedade
que toma essas medidas mínimas está protegendo
a si mesma, pois cria as condições para a formação
de seres humanos compassivos, não violentos, pacíficos,
respeitosos para com a vida em suas várias manifestações.
E é disso o que mais necessitamos, presentemente, no
Brasil e no mundo.
AVARÉ
PROÍBE USO DE ANIMAIS EM CIRCOS
Jornal da Cidade de Bauru - 21/08/2002
A
utilização de animais selvagens e exóticos
em espetáculos de circos em Avaré está
proibida. Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador
Ernesto Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação
da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De
acordo com a nova legislação, a licença
para instalação de circos no município
só será expedida se a empresa observar a proibição.
Albuquerque
reconhece que os animais costumam ser a principal atração
de circos e outros espetáculos do gênero, onde
o público tem interesse em ver demonstrações
de submissão de animais ferozes sob o comando de domadores.
"O que a maior parte das pessoas desconhece, no entanto,
são os maus-tratos a que são submetidos os animais,
quer seja durante o processo de adestramento, quer para obter
a performance desejada", explica o vereador.
Segundo
Ernesto Albuquerque, os animais sofrem com as viagens prolongadas,
com a falta de descanso e até com alimentação,
em alguns casos, inadequada."O resultado é, por
vezes, desastroso, com inúmeros acidentes", diz.
Em sua justifica, o vereador petista lembrou a tragédia
que vitimou o menino Miguel Júnior, morto por leões
num circo instalado em Recife, há dois anos, quando foi
colocada em xeque a segurança desse tipo de espetáculo.
Para o vereador a proibição do uso de animais
em espetáculos circenses em Avaré é uma
resposta da sociedade a esse risco potencial. "Entendemos
que o circo deverá ser recriado, ressaltando as habilidades
do ser humano, seu humor, sua magia e sua capacidade de representar
a vida. Na Europa, os circos mais famosos, como o da Rússia
e o Cirque du Soleil, apresentam um espetáculo ímpar,
com nova filosofia circense, sem a apresentação
de animais", concluiu.
PORTO
ALEGRE PROÍBE EXIBIÇÃO DE ANIMAIS EM CIRCOS
Jornal O Globo, RJ- 22.agosto de 2002
PORTO
ALEGRE - A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou nesta
quarta-feira um projeto de lei complementar, proibindo o uso
de animais em espetáculos de circo na cidade. A determinação
deverá entrar em vigor em setembro, depois de ser sancionada
pelo prefeito João Verle.
O
texto, aprovado por 20 votos a favor e dois contra, altera o
Código de Posturas e proíbe o uso de qualquer
tipo de animal em espetáculos circenses na Capital. A
lei em vigor vai impedir aos circos que não comprovarem
que não empregam animais em suas apresentações
recebam licença da prefeitura para se instalarem no município.
O
prazo para que o prefeito sancione a nova lei é de 15
dias úteis. Se Verle não vetar o projeto, a proibição
entrará em vigor automaticamente depois de encerrado
o prazo.
A
utilização de animais selvagens e exóticos
em espetáculos de circos em Avaré está
proibida. Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador
Ernesto Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação
da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De
acordo com a nova legislação, a licença
para instalação de circos no município
só será expedida se a empresa observar a proibição.
BETO
CARRERO SONEGA IMPOSTOS
Boletim do Vereador Adelli Sell - 02-09-2002
Adeli
Sell apresentou reportagem informando que o empresário
Beto Carrero, dono de circo e de um parque temático em
Santa Catarina, foi condenado por sonegação fiscal
de R$ 20 milhões. "Não bastasse os maus-tratos
aos animais e as besteiras que falou à imprensa sobre
a lei que proíbe bichos em circos em Porto Alegre, agora
descobre-se que ele sonega impostos." Os R$ 20 milhões
sonegados, explicou Adeli, são muito mais do que toda
a verba para a assistência social em Porto Alegre nesse
ano. O vereador acrescentou que continuará a denunciar
desde os vendedores de CDs piratas no Centro aos grandes empresários
até a reconquista da decência na sociedade Wilson
Lima, gerente-executivo do Ibama em São Paulo. Cada leão
come cinco quilos de carne por dia e precisa de remédios,
vacinas e exames que custam, em média, R$ 170. Tramitam
hoje no Congresso 17 projetos de lei para proibir a exibição
de animais em circos. Pela estimativa do Ibama, isso significaria
mais cem leões sem destino.
IBAMA
NÃO SABE COMO MANTER 57 LEÕES
Jornal O Globo, 06.09.02
SÃO
PAULO. Cinqüenta e sete leões mantidos em vários
estados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) correm
risco de serem sacrificados por falta de abrigo e recursos para
mantê-los. Os zoológicos enfrentam superlotação
e não têm condições de aceitar os
leões. Como se tratam de animais exóticos (não
fazem parte da fauna brasileira), eles também não
conseguem abrigos em parques e reservas nacionais.
Os animais foram resgatados em circos, por causa de maus-tratos;
pequenos zoológicos que foram fechados; ou são
vítimas de abandono por ex-criadores. Muitos estão
debilitados. Falta de dentes, garras arrancadas e desnutrição
são as marcas dos maus-tratos.
-
O problema agora é da sociedade. Ou conseguimos recursos
para mantê-los ou se adota a solução técnica:
mata-se .
O
REI DOS ANIMAIS ESTÁ SENDO ABANDONADO PELO BRASIL AFORA.
HÁ LEÕES ATÉ EM DELEGACIAS DE POLÍCIA
CNN - 10 de setembro, 2002
A
permissão dada pelas autoridades brasileiras para que
donos de circos importem leões da África ocasionou
um problema para a espécie, considerada o "rei dos
animais". Depois de velhos e doentes, os leões que
já não servem mais para o espetáculo com
seus domadores são abandonados pelas cidades por onde
a caravana circense passa.
De
acordo com o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação
de Predadores Naturais (Cenap), órgão do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), 57 leões estão confinados em pequenas
jaulas, alguns até em delegacias de Polícia, pelo
Brasil afora, deixados à própria sorte por seus
antigos donos. Outros 120 leões e 75 tigres continuam
atuando nos picadeiros, apenas esperando chegar o dia em que
serão também largados, sem piedade ou agradecimento
pelos serviços forçados prestados.
Todos
os 57 leões abandonados estão sob responsabilidade
do Ibama, que começou este mês a discutir o destino
dos animais.
O
diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José
de Anchieta dos Santos, afirmou em entrevista que o instituto
não propõe e nem defende a adoção
de eutanásia como solução para o problema
dos leões abandonados, mesmo com as dificuldades existentes
para a manutenção dos animais.
"Buscaremos
soluções menos radicais e mais condizentes com
a ética que prevalece em relação à
fauna", ressaltou.
Para
Anchieta, a eutanásia "só deve ser utilizada
em casos extremos e sempre com acompanhamento médico-veterinário".
Participam
também da discussão sobre o futuro dos leões
de circo a Sociedade de Zoológicos do Brasil, a Sociedade
Paulista dos Zoológicos, a Associação brasileira
de veterinários de Animais Selvagens, a Associação
Pró-Carnívoros, o Comitê de Felinos Brasileiros,
o Comitê de Canídeos, o Fórum Nacional de
Proteção e Bem Estar Animal e a ONG Arca Brasil,
que resolveram trabalhar em conjunto em busca de alternativas
para resolver o problema dos animais abandonados.
Por
outro lado, o Ibama decidiu proibir a importação
de novos animais exóticos e estuda a possibilidade de
esterilização dos animais abandonados para evitar
a procriação indesejada.
O
destino final dos animais entregues aos cuidados do Ibama será
decidido com a ajuda da Câmara Técnica Federal
de Fauna, que tem representantes de todos os segmentos da sociedade
envolvidos com a questão dos animais silvestres.
Os
ambientalistas decidiram lutar no Congresso Nacional pela aprovação
de um projeto de lei proibindo a apresentação
de animais em circos.
Atualmente,
17 propostas do gênero tramitam nas comissões do
Congresso, mas ainda não existe prazo para votação.
Em
contrapartida, alguns estados saíram na frente e já
proibiram que animais sejam atrações em circos.
Um é o Rio Grande do Sul, onde a proibição
causou polêmica entre os donos de circos.
A
proibição foi aprovada pela Câmara dos Vereadores
da capital, Porto Alegre, em agosto, por 20 votos a favor e
apenas dois contra, alterando o Código de Posturas do
Município.
No
interior do estado, os circos com animais estão proibidos
em São Leopoldo desde abril, quando a Câmara do
município também aprovou projeto semelhante.
"Quem
faz essas leis esquece de outras atividades com animais, como
corridas de cavalos e de cães. A proibição
é inconstitucional", reagiu à época
o empresário Rolando Garcia, dono do Circo Garcia, um
dos maiores do país.
O
empresário referiu-se ao artigo 215 da Constituição,
segundo o qual o Estado deve apoiar e incentivar manifestações
culturais.
CIRCO
É ACUSADO DE MALTRATAR ANIMAIS
Jornal Zero Hora (POA/RS), 03/12/2002
Um
circo paulista instalado em Pontão, no norte do Estado,
foi denunciado ao Ministério Público por maus-tratos
a animais. Conforme o relato do Conselho de Amigos de Proteção
aos Animais, de Passo Fundo, o circo estaria comprando cães
para alimentar um leão mantido em cativeiro. Conforme
a denúncia, ele estaria sendo mantido em uma jaula pequena
e sem segurança.
A
5 Companhia de Polícia Ambiental da Brigada Militar
foi acionada e deu prazo até ontem para que o circo apresentasse
a documentação necessária à manutenção
de um animal silvestre e exótico em cativeiro. O proprietário
negou que alimenta o leão com cachorros e sim com carne
comprada em frigorífico. As notas fiscais relativas à
procedência da carne e a licença exigida pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), no entanto, não foram apresentadas. No final
da tarde, o proprietário disse à Brigada Militar
(BM) que hoje mostraria a documentação.
De
acordo com a denúncia, os cães eram colocados
vivos na jaula. A BM, porém, não conseguiu provas
da acusação. O promotor público Paulo Cirne
disse que está solicitando a abertura de um inquérito
policial por maus-tratos a animais, conforme a Lei de Crimes
Ambientais de 1998.
CIRCO
VAI À JUSTIÇA PARA EXIBIR ANIMAIS FEROZES
Jornal da Cidade de Bauru: 02.12.2002
Ieda Rodrigues
O
Circo Estoril, que estreou em Bauru na última sexta-feira,
está pedindo na Justiça autorização
para apresentar, em seus espetáculos, todos os animais
da companhia - chimpanzé, urso, elefante, lhama e camelo.
É
que em função de uma lei municipal, o circo está
proibido de mostrar em seus espetáculos animais ferozes.
Da estréia até agora, foram apresentados apenas
animais domésticos, como cavalo e cachorro.
A
advogada do circo, Jacqueline Didier, acaba de protocolar mandado
de segurança no Fórum de Bauru solicitando autorização
para apresentação de todos os animais. "Queremos
o direito de fazer os espetáculos com todos os animais,
sem restrição", diz.
Ela
argumenta que a lei municipal é inconstitucional, que
a direção do circo deveria ter sido informada
sobre a lei antes da instalação, e que armagará
prejuízo se não puder apresentar todos os animais.
A
previsão da direção do circo é ficar
em Bauru até o dia 16.
JUSTIÇA
NEGA PEDIDO DE CIRCO PARA APRESENTAR ANIMAIS FEROZES
Jornal da Cidade de Bauru: 05.12.2002
Ieda Rodrigues
O
juiz Gustavo Scaf de Molon,da 3. Vara Cível de Bauru,negou
o pedido do Circo Estoril, de apresentar animais ferozes em
seus espetáculos em Bauru.
A
advogada Jacqueline Didier, contratada pelo circo, havia alegado
que a lei municipal que disciplina a apresentação
de circos na cidade é inconstitucional. "Mas o juiz
considera que a lei é constitucional", lamenta.
A
previsão do Circo Estoril era ficar em Bauru até
o dia 16. "Mas a diretoria está reanalisando a temporada
em Bauru porque, sem poder apresentar os animais ferozes, o
prejuízo é grande", afirma Jacqueline. O
circo, que estreou na cidade na sexta-feira passada, está
exibindo apenas animais domésticos, como cavalo e cachorro,
para não desrespeitar a liminar obtida pela prefeitura
e a lei municipal.
A
lei, em vigor desde maio desde ano, impede a prefeitura de conceder
alvará para a realização de espetáculos
circenses que utilizem animais ferozes, mesmo que domesticados.